Mato Grosso, celeiro do mundo. Frase que pode trazer muita esperança. Mas, também pode trazer um sentimento enorme de vazio. O que está por trás do celeiro do mundo?
Prosperidade, distribuição de renda, excelentes índices de desenvolvimento humano? A economia do estado está passando por profundas mudanças. Mudanças que trarão um impacto direto no homem do campo e da cidade. A tendência é que o homem do campo se perceba cada vez mais dependente da cidade e vice-versa. Indústrias para que os produtos do estado não sejam levados somente como matéria-prima empregarão milhares de trabalhadores nas diversas regiões do nosso estado. Para quem será o desenvolvimento que se suscitará de todo esse crescimento econômico promovido pelo agro-negócio no nosso estado? A economia consegue responder em números as mudanças que se sucederão no material. Mas e a pessoa humana que será agente participativa nesse desenvolvimento? Estarão os homens e mulheres mato-grossenses felizes nas mudanças? Faze-los pensarem como inseridos nesta realidade. Talvez seja esse o nosso desafio na filosofia. Se não pensamos até agora assim, talvez “o destino queria que” filosofássemos “mais desembaraçadamente”. Não estamos na mesma situação de Zenão ao citarmos a frase. Mas, mudanças serão sempre mudanças e neste ponto estamos como Zenão. A expectativa de crescimento do estado é grande. O desenvolvimento que se espera é a mudança recente. Até bem pouco tempo atrás estávamos ansiosos com os rumos que estávamos a tomar. Agora pensamos diferentes economicamente. Estaremos preparados para pensar essas mudanças sendo participativos nela? “Não se deve pedir que os acontecimentos ocorram como você quer, mas deve-se querê-los como ocorrem: assim sua vida será feliz”. Epíteto cita a frase e a gente consegue percebe-la na situação que vivemos. Talvez pareça muito conservador pensar assim. Mas, se não pensarmos e participarmos, certamente se perceberá que o que queremos e não queremos acabará sendo deixado de lado e desconsiderado. Viver esse momento da história com o objetivo de participar dela em busca de uma felicidade que não sabemos ainda qual será, sem o sofrimento antecipado e nem a ansiedade de que as coisas melhorem além do que é possível, como bem disse Marco Aurélio: “Cada um vive apenas o momento presente, breve. O mais da vida, ou já se viveu ou está na incerteza. Exíguo, pois, é o que cada um vive. Exíguo, o cantinho da terra onde vive”. Filósofos pensaram a felicidade na construção da história. Na construção da história recente do nosso estado, pensaremos também sobre a felicidade no nosso cantinho de terra?
This entry was posted on October 4, 2009 at 12:14 pm, and is filed under
Economia
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